http://www.youtube.com/watch?v=NnUAktM7eFY
Vídeo ótimo para ser passado aos alunos, já que é um jovem explicando da importância do hábito de ler na vida das pessoas.
O blog "Viajando pela leitura" é o projeto de um grupo de professores de Língua Portuguesa que estão participando do curso Melhor Gestão, Melhor Ensino (etapa de formação à distância de educadores). Nosso objetivo é trocar experiências de leitura e escrita, compartilhar estratégias, citar bons livros/autores, partilhar situações de aprendizagem, recordar contatos com esse universo mágico que a leitura nos proporciona. O blog é um ambiente voltado para despertar/concretizar/recordar a leitura.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Situação de aprendizagem
SITUAÇÃO
DE APRENDIZAGEM A PARTIR DA MÚSICA: DANÇA DO DESEMPREGADO.
Dança Do Desempregado
Gabriel O Pensador
Essa é a dança do desempregadoQuem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você
E vai levando um pé na bunda vai
Vai por olho da rua e não volta nunca mais
E vai saindo vai saindo sai
Com uma mão na frente e a outra atrás
E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E bota a mão no outro bolso (Não tem nada)
E vai abrindo a geladeira (Não tem nada)
Vai porcurar mais um emprego (Não tem nada)
E olha nos classificados (Não tem nada)
E vai batendo o desespero (Não tem nada)
E vai ficar desempregado
Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você
E vai descendo vai descendo vai
E vai descendo até o Paraguai
E vai voltando vai voltando vai
"Muamba de primeira olhaí quem vai?"
E vai vendendo vai vendendo vai
Sobrevivendo feito camelô
E vai correndo vai correndo vai
O rapa tá chegando olhaí sujô!...
E vai rodando a bolsinha (Vai, vai!)
E vai tirando a calcinha (Vai, vai!)
E vai virando a bundinha (Vai, vai!)
E vai ganhando uma graninha
E vai vendendo o corpinho (Vai, vai!)
E vai ganhando o leitinho (Vai, vai!)
É o leitinho das crianças (Vai, vai!)
E vai entrando nessa dança
Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você
E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E não tem nada pra comer (Não tem nada)
E não tem nada a perder
E bota a mão no trinta e oito e vai devagarinho
E bota o ferro na cintura e vai no sapatinho
E vai roubar só uma vez pra comprar feijão
E vai roubando e vai roubando e vai virar ladrão
E bota a mão na cabeça!! (É a polícia)
E joga a arma no chão E bota as mãos nas algemas
E vai parar no camburão
E vai contando a sua história lá pro delegado
"E cala a boca vagabundo malandro safado"
E vai entrando e olhando o sol nascer quadrado
E vai dançando nessa dança do desempregado
Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você
Gosto
muito de trabalhar com música inclusive quando o autor dela é Gabriel o
pesador.
1- O que
você sabe sobre a situação do desemprego no Brasil?
2-Existe
alguém desempregado em sua família?
3-Vocês
acham que diante do desemprego, um trabalhador desesperado vendo seus filhos
passarem por necessidade e praticar um roubo, ele deve ir para cadeia e ser
condenado por isso? Se um de vocês fosse um juiz e tivesse que tomar essa decisão,
o que faria?
4-Pedi
para que em grupos de quatro alunos produzissem argumentos e pontos de vista como:
Ele estava certo ou errado?
5-Coloquei
a música e pedi que refletissem sobre o que tinham argumentado anteriormente
depois de ouvir a música;
6-Após a audição
teve um debate organizado pelos grupos com pensamentos diferentes para que
refletissem mais sobre o assunto;
a- O que mais chamou a atenção de
vocês na musica de Gabriel o pensador?
b- Você gostou dessa música? Por
quê?
c- O autor da música pensa como
vocês ou não?
7-A
partir do vocabulário do autor do texto pedi para que pesquisassem
sobre os grupos sociais existentes como: médicos, professores, surfistas e
outros, para analisarem as variedades lingüistas, o uso da linguagem formal ou
coloquial;
8- Teve
então uma socialização do material pesquisado para que todos observassem
as variedades linguísticas;
a- Como produto final, produziram
um artigo de opinião elaborado pelos grupos a partir do tema: O problema do
desemprego no Brasil pode ser resolvido?
domingo, 23 de junho de 2013
Poema-narrativo
O segundo caderno trabalha a narrativa presente nas músicas (6º ano). Complementando essa temática segue um poema-narrativo muito interessante para trabalharmos os elementos narrativos e as modalidades textuais pertencentes a esse gênero.
Introdução
O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça teve seu
nome contado em 'causo' e imortalizado por Mário de Andrade em um poema que
relata a história de um casal, que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou
a Serra de volta para casa, quando, então, o cavalo da moça escorregou no
cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo
ribanceira abaixo 'e a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou'.
Serra do Rola-Moça
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite,
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus para todos
E puseram-se de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos,
Ele na frente ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não,
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os rios também casavam
Com as risadas dos cascalhos
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam
Buscando o despenhadeiro.
Ah, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte.
Na altura tudo era paz...
Chicoteando o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro.
O noivo se despenhou.
E a serra da Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
Mário de Andrade
Atividade
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite,
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus para todos
E puseram-se de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos,
Ele na frente ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não,
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os rios também casavam
Com as risadas dos cascalhos
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam
Buscando o despenhadeiro.
Ah, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte.
Na altura tudo era paz...
Chicoteando o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro.
O noivo se despenhou.
E a serra da Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.
Mário de Andrade
Atividade
1)
Esse é um poema-narrativo. Quais elementos da narrativa
você encontra no texto?
2)
O que significa “as tribos rubras”?
3)
Qual foi o desfecho da história?
4)
Procure no dicionário as palavras: atalhos, estreitos,
socavões, cascalhos, vereda, despenhadeiro.
5)
Transforme o poema em prosa (texto escrito em
parágrafos).
quarta-feira, 19 de junho de 2013
DICAS DE LEITURA COM SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

O livro apesar de ter uma linguagem acessível, é bastante profunda e irônica. É importante não se ater apenas à história narrada, mas explorar também a personalidade e o perfil psicológico construído pela autora para cada personagem. A Hora da Estrela é um dos poucos trabalhos da escritora que se atém mais aos fatos do que à subjetividade intimista.
O relato é construído por duas camadas que se interligam de maneira contínua:
A camada do narrador: Rodrigo S.M., o primeiro narrador masculino na obra de Clarice, atormenta-se ao escrever uma novela sobre uma jovem nordestina. Ele questiona o tempo inteiro o seu próprio modo de narrar, o seu estilo, a sua capacidade de compreender Macabéa, moça de extração sócio-cultural inferior. Simultaneamente, tenta desvelar o jogo complicado que o seu texto empreende entre a ficção e a realidade. Em última instância, o que ele procura é desvendar o significado da literatura e da existência.
A camada de Macabéa: é o registro da medíocre trajetória no Rio de Janeiro de uma alagoana de 19 anos, moradora de um quarto de pensão que divide com quatro balconistas das Lojas Americanas. Macabéa é moça raquítica, feia, solitária e morrinhenta, além de ser uma datilógrafa de segunda categoria. Alienada, sonsa, adora ouvir a Rádio Relógio, coleciona pequenos anúncios num álbum e gostaria de ser artista de cinema. Trata-se de uma jovem sem qualquer tipo de vida interior, sem futuro e com um passado inexpressivo, quase cretina.
Após a leitura do livro, segue uma situação de aprendizagem que pode ser realizada a partir da leitura do texto :
A HORA DA
ESTRELA
Clarice
Lispector
Rodrigo S. M., narrador
onisciente, constitui um dos personagens centrais de "A Hora da
Estrela", de Clarice Lispector. Cria e narra a vida de Macabéa.
Identifica-se com ela, mesmo quando a agride. Nota-se aí uma metalinguagem:
autor - narrador fala de sua própria obra e busca nela e com ela conhecer-se
e reconhecer-se. "Mas a pessoa de quem
falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua, não
faz falta a ninguém.”
O narrador se funde
com sua personagem: ambos marginalizados, num espaço impróprio para eles. Toda
a expressão do texto é para se explicar. Rodrigo acaba priorizando o relato
dos recursos textuais a falar de Macabéa. Essa, ironicamente, só ganha
destaque na hora de sua morte. Por isso o título: A hora da estrela, hora
da nossa morte. Nesse momento, o ser humano deixa de ser invisível às
pessoas. Elas só percebem tal existência quando ela já não existe mais.
O romance narra as desventuras de Macabéa, moça
sonhadora e ingênua, recém-chegada do Nordeste ao Rio de Janeiro com valores
e cultura diferentes. Alagoana, virgem, ignorante, dezenove anos. Órfã de pai
e mãe, criada pela tia. Diz-se "datilógrafa". Corpo franzino, doente, feia, maus hábitos de higiene. Desprovida
de qualquer encanto e incapaz de comunicar-se com os outros. Veio para o Rio
buscar a dignidade, como se não tivesse direito a
ela. Essa nordestina leva uma vida simples, sem grandes emoções.
Começa a namorar Olímpico de Jesus. Ele não vê nela chances de ascensão
social de qualquer tipo. Por isso, abandona-a para ficar com Glória, colega
de trabalho.
Macabéa vai ao médico. Está tuberculosa, mas não
conta a ninguém. Glória percebe sua tristeza e a aconselha a buscar consolo
numa cartomante. Madame Carlota prevê um futuro feliz, vindo de um
estrangeiro, homem loiro com quem casaria. De certa forma, isso acontece: ao
sair da casa da cartomante, Macabéa é atropelada por uma Mercedes amarela
dirigida por um homem loiro. Cai no asfalto, morre.
|
Texto II - LITERATURA DE CLARICE
LISPECTOR
Clarice adota discurso regionalista em “A
hora da estrela”, algo incomum em suas obras. A autora foi muitas vezes
criticada por se afastar da literatura regional emergente do Modernismo
Brasileiro. Em “A hora da estrela”, ela foge do
"hermetismo" característico de suas primeiras obras e alia sua
linguagem à vertente regionalista da segunda geração do Modernismo
Brasileiro. Na época da publicação, o crítico literário Eduardo Portella
falou do surgimento de uma "nova Clarice", com uma narrativa
extrovertida e "o coração selvagem comprometido com a situação do
Nordeste Brasileiro. A hora da estrela é uma obra-prima da
literatura brasileira, principalmente, pelas reflexões de Rodrigo sobre o ato
de escrever, sua própria vida e a anti-heroína Macabéa.
|
1. O
narrador do texto é considerado onisciente porque:
A – narra todos os acontecimentos
B – conhece tudo sobre a história e os personagens
do texto
C – está presente em várias passagens do texto
D – muda a trajetória dos personagens
2. A
metalinguagem do texto aparece quando o autor:
A – fala de sua vida
B – fala sobre sua obra
C – fala de sua personagem
principal
D – cria um personagem
3. De
acordo com o final do 1º parágrafo do texto, Macabéa era:
A – bonita
B – interessante
C – prostituta
D – inútil
4. Rodrigo
S. M., no livro “A Hora da estrela” é:
A – apenas narrador
B – apenas personagem
C – personagem e narrador
D – nem personagem nem narrador
5. Nesse
texto, Macabéa e o narrador:
A – são marginalizados e vivem
num espaço próprio para eles.
B – não são marginalizados, mas
vivem num espaço impróprio para eles.
C – são marginalizados e vivem
num espaço impróprio para eles.
D – são marginalizados, mas vivem
num espaço apropriado para qualquer pessoa.
6. No
livro a autora faz uma crítica às pessoas, pois elas só dão valor aos outros
quando:
A – nascem
B – fazem algo interessante
C – têm dinheiro
D – morrem
7. O
narrador do texto(Rodrigo) enfatiza em seu relato:
A – Macabéa
B – os demais personagens do
texto
C – a si mesmo
D – os recursos textuais
8. A
hora da Estrela, hora mais importante de qualquer pessoa, nesse livro de
Clarice está mesmo no momento de:
A – nossa chegada ao mundo.
B – nossa partida desse mundo.
C – um feito interessante em
nossa vida.
D – uma reflexão sobre a vida.
9. Nesse
romance de Clarice Lispector, ela mostra Macabéa, como uma:
A – uma retirante alagoana vinda
para o São Paulo sem cultura e valores.
B – uma retirante nordestina
vinda para o Rio de Janeiro com cultura e valores diferentes.
C – uma mineira vinda para o Rio
de Janeiro com cultura e valores diferentes.
D – uma retirante nordestina
vinda para o Rio de Janeiro com cultura e valores iguais aos cariocas.
10. Olímpio de Jesus abandona Macabéa
principalmente por que:
A – Macabéa não lhe mostrava
chances de ascender-se socialmente.
B – Macabéa era feia, pobre e
inexperiente.
C – Glória, sua nova namorada,
era bonita, inteligente e o amava de verdade.
D – ele amava Glória de verdade.
Indico aos meus colegas, que trabalhem o livro em sala, é uma ótima opção de leitura e os alunos gostam muito.
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